
Festa de Natal na escola.
A audiência constituida por pais entusiastas e participativos e os mais preguiçosos e cínicos.
Os primeiros, vestem-se com roupinhas de carnaval e fazem palhaçadas e teatrinhos ao som do bolero de ravel e bonecas menina do outro lado do oceano muito à anos 80, felizmente nenhum cantou só houve playback. Um misto entre a necessidade de se evidenciarem e o genuino desejo de enriquecer a festa e entreter os meninos.
Os cínicos e preguiçosos - nos quais me enquadro - ficam sentados a morrer de frio e a evocar o nome de Deus em vão, assim em silêncio. Peçam-me para varrer o palco, para limpar as sanitas com uma escova de dentes, para pagar o lanche a todos os meninos, para lhes coser as roupas, para fazer bolos, para para para.... mas não me ponham à frente de publico nenhum.
No palco vão desfilando os meninos e volta o playback. As crianças fazem gestos. As auxiliares passeiam-se no palco a fingir que não há ninguém a olhar para elas e vão colocando os meninos nos sítios onde deveriam estar. Uma mãe traz os filhos e ensina a dizer feliz natal em holandês. Achei giro! As crianças ficam sempre com um ar inteligentissimo a falar estrangeiro. A sério. Tenho imenso respeito por qualquer criança que fale holandês. Aquilo é um verdadeiro exercício vocal!
Depois chegou a sala 5.
A sala 5 estava chiquérrima toda vestida de jeans e vermelho.
A sala 5 cantou sem música e incluiu velas na sua apresentação sem que os meninos corressem qualquer perigo.
A sala 5 fez um segundo número com os meninos a marcharem muito divertidos e concentrados. Havia uma miuda da sala 5 que marchava muito melhor que os outros e cantava muito afinada.
A sala 5 era a sala da minha filha!