EM DILI
A Areia Branca será provavelmente a zona mais tatuada e musculada deste canto do hemisfério. Existe uma média de 5 tatuagens por m2 . E eu sei porque estou aqui sentada numa cadeira sem rigorosamente mais nada para fazer a não ser estas úteis estatísticas.
A Areia Branca é uma zona de guerra. Não porque haja combate, mas apenas um ataque duro e cerrado sem momentos de trégua.
Os bigodes, as barrigas e a pronúncia de Viseu (desculpa, Eva!) foram substituídos por bíceps monumentais adornados com tatuagens gigantescas. É tudo enorme, excepto a altura das pernas e se não fosse o coçar o pipi de 4 em quatro minutos, ninguém desconfiaria da função ou nacionalidade dos proprietários.
A Areia Branca faz mais por Portugal do que todos os esforços diplomáticos levados a cabo pela Embaixada Portuguesa. No areal, os GNR esforçam-se por estabelecer laços com representantes de outras nacionalidades. O facto de todos esses representantes serem do sexo feminino, é pura coincidência. Eles sorriem, são corteses, transmitem uma imagem de saúde e vitalidade ao suspenderem-se do kablac do Kasbar fazendo elevações. Jogam à bola quando a maré está baixa e se não fosse o “Anda lá c…”, quando o colega não passa a bola, e o “Filho da p…”quando falha o remate, estes momentos poderiam constituir imagens perfeitas para um spot de recrutamento.
Mas grave, muito mais grave do que isso, é ouvi-los a interagir em estrangeiro; não só com uma estrutura gramatical correcta, mas também sem o sotaque italiano que os portugueses gostam de impor ao Inglês. Eu não estou preparada para isto. No meu mundo as coisas não são assim. No meu mundo um GNR chama-se Agente Gomes, faz-se acompanhar de uma fita métrica e ameaça “altoar a biatura”. Mas, justiça lhes seja feita, aqui, basta estes senhores estarem por perto e uma pessoa sente cada músculo do corpo a relaxar. E baixa-se a guarda e apreciam-se coisas lindas como o pôr do sol sobre o mar e as prostitutas indonésias a distribuírem cartões de visita na praia.
1 Comments:
Não tenho anda para desculpar, falam mesmo aschim...
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