Tuesday, January 31, 2006

...E NO AMÁLIA EM BAUCAU

os machos ficam de um lado do recinto
as fêmeas do outro
no final de cada música cada um regressa à posição inicial
as que não são escolhidas fazem um ar pensativo e ausente e vão sacudindo o pé ao ritmo da musica que lhes não foi permitido dançar, como se não lhes interessasse, como se dançar fosse a ultima coisa que planearam fazer naquela noite
são timorenses jovens pequeninas e morenas
são estrangeiras de meia idade grandes e alouradas
mas todas fazem o mesmo ar de pretenso desdém quando os machos inclinam levemente a cabeça em frente à que está ao lado virando-lhe rapidamente as costas e esperando-as na pista debaixo da árvore gigantesca no lugar onde momentos antes estavam os pratos de sate de galinha, o arroz cozido no vapor, a caldeirada de bufalo, as folhas de papaia salteada à chinesa

é a Festa do adeus da Athisia e da minha chegada
discurso atras de discurso
em Tetum
em Inglês
em bahasa Indonesia
a oferta do Tais

a abertura do baile
ela com o Irmão Marista
eu com um baixinho gordo com ar eficiente e que deve ser importante e que enquanto esperávamos me ía perguntando como se da minha resposta dependesse o futuro da nação: "A mana faz dois dois, um um, ou dois um?"

1 Comments:

Blogger carla alexandra vendinha said...

o trabalho novo 'e em Timor, sim! Baucau. E serao 2 anos e meio... dois anos e meio... dois anos e meio... dois longos anos e meio... nem o meu casamento durou tanto tempo!

2/03/2006 12:18 am  

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