Saturday, August 26, 2006

PART 2: UPS!

Estranhamente a paisagem não se torna mais familiar e a responsabilidade não pode simplesmente ser atribuída à estação seca. Vamos subindo quando deveríamos estar a descer. A estrada piora quando deveria estar a melhorar e vindo do nada surge uma ravina com um leito de rio seco, gigantesco, do nosso lado DIREITO! Não pode ser. O rio tem que estar no lado ESQUERDO! “Não conheço nada disto G.” “Eu conheço aquela árvore mamã, Lembro-me daquela árvore, mamã” Quer dizer, ela tem 4 anos… E recusando-me a admitir a realidade continuo a conduzir e não há migalhas deixadas para trás…Até que chegamos a uma estrada a pique onde uma quase Anguna arrasta troncos de árvores e com imenso estilo, como se só quisesse entabular conversa com o condutor pergunto: “Português?” que não “Inglês?”que não “Tétum?” pergunto a medo. Também não. Então como qualquer bom Tuga em situações de limitação linguística, elevo o tom de voz (porque qualquer estrangeiro nos entende se gritarmos sufientemente alto) e pergunto em Português: “Então, carreta vai paonde?” “Tarbora” responde ele. Tarbora? Tarbora? Ele quererá dizer Natarbora? Natarbora? No Leste do Leste???Lá na ponta? Eu estou a caminho de NATARBORA? “Então, e se eu quisesse ir assim, assim pra Dili, poderia ir por aqui?” Acena que sim e acrescenta: “Tarbora, Same, Dili”. “E quantas horas de tempo (porque no meu Tétum o importante é dar-lhe a intenção da frase…!)” “5horas” responde!”Então e se for por aqui?” E aponto para a estrada de onde venho “aumenta tempo. 5 horas e aumenta tempo”. Pois eu cá não acho, jovem, pensei eu. E subi mais, virei o carro e voltei para trás e insultei-me em silêncio e dei por mim a dizer alto: “Mas onde raio é que eu me enganei????” Mas onde raio é que eu me enganei????”

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