Saturday, August 26, 2006

PART 4: THE END IS NEAR...

E vamos andando. Atrás a G. adormeceu. As árvores caídas, o leito seco do rio… as curvas, a estrada má, a estrada boa, aquele pedacinho mesmo muito mau…as bifurcações e um ruído… um ruído… é o telefone! E “quando o telefone toca, diga a frase se faz favor…” TENHO REDE! Devo estar perto de qualquer sítio levemente civilizado! E descubro o telefone caído por baixo do banco e atendo e ouço do outro lado: “Então onde estás, não almoças ca gente?” “Tou perdida”. “Então estás perdida onde?” Quer dizer, todo o conceito de estar perdida roda à volta do facto de não se saber onde se está, não é? E a chamada cai.
Mais à frente um marco supostamente geodésico lindo, azul, diz… uma data! Mas para quê? Para quê? Mais uns km e outro. A mesma data. Mas para quê? E subitamente meio escondido pela erva, um marco Português. MTT10km. E eu senti brotar o amor pela pátria e juro, que se pudesse e se ainda houvesse, inscrevia-me naquele preciso momento na Mocidade Portuguesa. E vestia a farda e cantava as canções. Porque MTT só pode ser Manatuto. E 10km só pode ser dez kilometros! E quem escreveu isto há muitos anos pensou que um dia isto ainda me viria a dar jeito! E chego à rotunda e viro-me para Dili e depressa tenho o rio à esquerda. E um pouco mais à frente um mar azul à direita. E o azul é turquesa, e hoje há ondas e espuma branca e misteriosamente 3 ou 4 salpicos são trazidos pelo vento e tocam-me a cara à laia de insulto: “Idiota! Parecem dizer elas. Quem viaja 1 hora sem sentir falta deste azul?”

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