Sunday, January 01, 2006

DE ANTERO

Sonho que sou um cavaleiro andante. Por desertos, por sóis, por noite escura,Paladino do amor, busca anelante O palácio encantado da Ventura!Mas já desmaio, exausto e vacilante,Quebrada a espada já, rota a armadura... E eis que súbito o avisto, fulguranteNa sua pompa e aérea formusura! Com grandes golpes bato à porta e brado: Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...Abri-vos, portas d'ouro, ante meus ais! Abrem-se as portas d'ouro, com fragor... Mas dentro encontro só, cheio de dor, Silêncio e escuridão -- e nada mais!

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