Monday, December 31, 2007

..e

2007 foi um ano de que não vou ter saudades.


não me recordo de nada que quisesse reviver - perdi tragicamente uma amiga, saúde, rebolei dentro de um automóvel com a minha filha, assaltos, decisões, partidas, regressos e regrets.

nenhuma das decisões tomadas tenho a certeza de ter sido a mais certa. precisei de alterar um percurso sem ter tipo tempo de lhe procurar uma direcção. cometi erros antigos que sei que voltarei a repetir.
2007 foi uma cáca tão grande que me faz agarrar apenas a duas certezas:


  • que tudo muda mesmo a surda muda;


  • que tudo passa mesmo a uva passa.

Wednesday, December 26, 2007

Super Timor

POIS...

este post sou eu a mandar-vos beijos.
beijos de Natal.

e a desejar-vos as coisas que se desejam a toda a gente nesta época.

mas as minhas são assim mesmo do coração.
beijos e coisas do coração.


ás vezes penso que por tanto as querer sentir, elas acabam por passar sem que eu as consiga viver.

assim como o Natal.

mas deixo-vos os beijos e as coisas do coração.

e aquilo da Paz na Terra aos Homens de boa-vontade,

porque nem o Natal é todos os dias, nem o azevinho, por aqui, vermelha em Dezembro...

Wednesday, December 19, 2007

HÁ...


botijas novas no great craft disaster.

NATAL NA ESCOLA

Festa de Natal na escola.
A audiência constituida por pais entusiastas e participativos e os mais preguiçosos e cínicos.
Os primeiros, vestem-se com roupinhas de carnaval e fazem palhaçadas e teatrinhos ao som do bolero de ravel e bonecas menina do outro lado do oceano muito à anos 80, felizmente nenhum cantou só houve playback. Um misto entre a necessidade de se evidenciarem e o genuino desejo de enriquecer a festa e entreter os meninos.
Os cínicos e preguiçosos - nos quais me enquadro - ficam sentados a morrer de frio e a evocar o nome de Deus em vão, assim em silêncio. Peçam-me para varrer o palco, para limpar as sanitas com uma escova de dentes, para pagar o lanche a todos os meninos, para lhes coser as roupas, para fazer bolos, para para para.... mas não me ponham à frente de publico nenhum.
No palco vão desfilando os meninos e volta o playback. As crianças fazem gestos. As auxiliares passeiam-se no palco a fingir que não há ninguém a olhar para elas e vão colocando os meninos nos sítios onde deveriam estar. Uma mãe traz os filhos e ensina a dizer feliz natal em holandês. Achei giro! As crianças ficam sempre com um ar inteligentissimo a falar estrangeiro. A sério. Tenho imenso respeito por qualquer criança que fale holandês. Aquilo é um verdadeiro exercício vocal!
Depois chegou a sala 5.
A sala 5 estava chiquérrima toda vestida de jeans e vermelho.
A sala 5 cantou sem música e incluiu velas na sua apresentação sem que os meninos corressem qualquer perigo.
A sala 5 fez um segundo número com os meninos a marcharem muito divertidos e concentrados. Havia uma miuda da sala 5 que marchava muito melhor que os outros e cantava muito afinada.
A sala 5 era a sala da minha filha!

Thursday, December 06, 2007

ST NICHOLAS


o biscoito - check


o cházinho - check


a carta cheia de promessas e autoavaliações - check


as velas - check


a bota - check


Sunday, December 02, 2007

UR ANUS

Christmas On Uranus….., Would be very-very cold……, There’s no global warming there yet……, And the search is on for gold….., With an atmosphere without oxygen….., There’s no Christmas trees……, Cause everything on the planet……, Is in a super deep freeze….., Christmas On Uranus….., Really would amaze us….., Cause Santa and his reindeer……, All would be denied……, And quickly die from breathing……, The lethal ammonium hydroxide
….Trade Martin,2007

Saturday, December 01, 2007

SOMBRA

A menina grita e corro a saber.

levo tempo a descobrir porque o choro é interrompido pela luta para conseguir respirar.


penso que viu qualquer coisa que a assustou


até descobrir uma unha de um dedo apanhado pela porta, arrancada pela raiz, coberta de sangue, fazendo-me pensar que o dedo não estaria completo.


saiba-se que nos centros de saúde - onde o nível hierárquico dos funcionários é inversamente proporcional à altura e ruído produzido pelos saltos dos seus sapatos, não há médicos em dia de greve


e que se viaja até à cidade mais próxima e se é atendida pela tia


saiba-se que esta mãe não está preparada para estas situações e que ao ver o dedo da filha, o instinto não foi abraçá-la - foi deitar-se no chão enrolada no próprio corpo e chorar


não o fez


mas quis fazê-lo